
A Hora e Vez de Augusto Matraga é o último conto do livro Sagarana, de João Guimarães Rosa. Apresentado no Festival de Curitiba pelo Núcleo de Vivência Teatral, da cidade de Iracemápolis – SP, o espetáculo surpreende logo no primeiro momento: o elenco é formado basicamente por crianças. Ambientado no sertão, o conto é repleto de cabras da peste, tiroteios e conflitos amorosos.
Dirigidos por Daniel Martins, os atores contam a saga de Nhô Augusto (Mateus Barreto), um poderoso fazendeiro temido por sua truculência. Dionora (Daniela Soares), sua mulher, foge com a filha em busca do afeto de outro homem, despertando a fúria do marido. Para resolver o caso Augusto convoca seus capatazes, que para sua surpresa foram aliciados por seu maior inimigo. Traído, é emboscado, espancado e tido como morto. Resgatado do fundo de um penhasco, começa uma nova vida, uma regeneração de corpo e alma. Atormentado pelos ecos do passado, Augusto confronta sua antiga personalidade na figura do cangaceiro Joãozinho Bem-Bem (Cleiton Ribeiro), encontro que exige a escolha entre o bem e o mal.
A encenação de A Hora e a Vez de Augusto Matraga, nas palavras do diretor, significa a maturidade do grupo de jovens atores, já que era necessário o entendimento do texto como um mergulho na alma do homem, e não como um mero bang-bang sertanejo. A platéia presente neste domingo deu seu veredito, aplaudindo de pé a grata surpresa.
Serviço
A Hora e a Vez de Augusto Matraga
Sala Londrina – Memorial de Curitiba (Largo da Ordem)
22/03 às 15h
Entrada Franca
Ficha Técnica
texto: João Guimarães Rosa
direção: Daniel Martins
elenco: Núcleo de Vivência Teatral (Iracemápolis – SP)